quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Heterossexualidade compulsória e Heteronormatividade: Você sabe o que é ou se está vivenciando isso?




Imagem: Adaptado pelo autor deste blog desta imagem


Usarei muito estes termos aqui no blog e para não precisar explicar o significado de cada um toda vez decidi explicar aqui e depois só disponibilizar o link que facilita a vida.
Já falei recentemente AQUI sobre termos que vem surgindo com o passar dos anos, mas esses termos não são tão recentes assim e confesso que fiquei sabendo a poucos anos e quando descobrir as coisas começou a fazer sentido na minha cabeça que estava em pleno estágio de aceitação e confusão. Vou explicar cada um certinho.

 Vamos lá?



Heterossexualidade compulsória

 Imagem: GPS Brasília

Este termo foi criado pela feminista Adrinne Rich em 1980, numa análise sobre a experiência lésbica. A heterossexualidade é muito reforçada nas mídias seja em novelas, filmes, histórias, contos de fadas, etc., e isso faz com que muitas mulheres construam uma ideologia de romance heterossexual, o famoso “a espera de um príncipe” que acaba virando uma “doutrina”, as mesmas psicologicamente naturalizam a heterossexualidade como padrão que ela deve seguir e banaliza quaisquer pensamentos homossexuais que tiver levando a uma “forçada” vida de heterossexual.
Quando eu falo “forçada” não estou falando de uma imposição direta, mas, sim de experiências que subconscientemente leva a mulher se reconhecer como heterossexual sem nunca ter parado para questionar sua sexualidade ou tentar negar caso sinta algo por alguém do mesmo sexo. Isso é mais comum do que você possa imaginar e a maioria do publico lésbico já passou por isso ou está passando.
Muitas meninas quando começam a descobrir a sexualidade e começa a ter atrações por meninas acabam tentando impor em sua mente que deve ser curiosidade ou fase.
Esse comportamento de heterossexualidade compulsória muitas vezes é eliminado depois que o individuo já teve relacionamentos heteroafetivos ou até mesmo filhos e decide sair do armário e é visto como “fulana virou lésbica” sendo que ninguém vira nada, ela sempre foi lésbica, mas forçava a acreditar que não.
Uma coisa que também pode ser explicado (e eu sei muito bem disso) é o fato que muitas meninas se assumem bissexuais por ainda se prenderem em relacionamentos com meninos, mas com passar do tempo acaba perdendo o interesse pelos mesmos e sentindo atração apenas por meninas e se reconhece como lésbica. Que fique claro que a bissexualidade não é um processo de transição para homossexualidade, existem sim pessoas bissexuais, o que quero enfatizar é que na sociedade a heterossexualidade é tão naturalizada que as pessoas compulsivamente creem que há a necessidade/obrigação de desejar o sexo oposto.
Isso pode acontecer tanto com lésbicas como gays. E como disse, as pessoas quase nunca questionam sua sexualidade pra saber se é isso mesmo que ela gosta ou está mantendo aquilo por que viu e ouviu de terceiros, questionar a sua sexualidade ainda é um tabu que deve ser derrubado, acho que todos deveriam procurar se entender, entender o que é e do que gosta independente se é publico LGBTQ+ ou não, conhecer a companhia que vai levar pra sua vida toda, que é você, é essencial pra que tenha um bom relacionamento durante esse período.

 Heteronormatividade

 Imagem: Colorir.com


Esse termo é mais recente, criado em 1991 por Michael Warner, esse conceito serve para explicar como a sociedade exige que os indivíduos organizem as suas vidas conforme o modelo da heterossexualidade. Por tanto, a heterossexualidade vai deixar de ser apenas uma orientação sexual e vai passar a ser uma forma de organização social.

A heteronormatividade é tão presente no cotidiano quando você vai ao médico e ele pergunta se tem namorado, quando você está ficando jovem e se não tiver namorando ou está ficando para “titia” ou é lésbica, não pode ter amigos meninos muito íntimos que logo ficará “falada” ou se for menina seu sonho deve ser mãe e casar de branco tendo ligações com estereótipos de gênero também. Um exemplo claro de heteronormatividade é que sempre perguntam  para casais de lésbicas/bissexuais “quem é o homem da relação” ou para casal de gays/bissexuais “quem é a mulher da relação”, como se para um relacionamento der certo necessariamente necessita de um homem e uma mulher tornando assim a heterossexualidade como norma.






 

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