Imagem: Adaptado pelo autor deste blog à partir desta imagem
Imagem: Livraria Kiron
Provavelmente
você já deve ter ouvido falar de homofobia,
gordofobia e racismo, mas, heterofobia,
magrofobia e racismo reverso você já ouviu falar? Essas formas de preconceito
realmente existem? Hoje o post está polêmico!
Vamos
lá?
O
nosso vocabulário vai se atualizando com novos termos a partir do momento que
eles são criados e muitos deles surgem na internet por meio até mesmo de
gírias, mas o fato é que muitas coisas que está na internet não deve ser levadas
muito a sério, principalmente quando são termos que não se enquadra na
realidade que se encontra os fatos.
O
fato é que heterofobia, magrofobia e racismo reverso são como os unicórnios,
não existem. Não se altere, eu particularmente não tenho nada contra aqueles
que acreditam em unicórnios eles podem até existir, não vou negar com tanta
certeza, já os termos citados desconheço sua existência e eu vou mostrar pra
você o porque. Vamos por parte:
Heterofobia
Heterofobia é um termo que está sendo utilizado recentemente
na internet que seria o contrário de homofobia, ou seja, preconceito, aversão e
repúdio a heterossexuais.
Para entender como a “heterofobia” está sendo empregada é
preciso reportar um caso que aconteceu em 2015 que ficou muito famoso na
internet. Está imagem acima é a capa de um livro, o livro “Heterofobia: um
risco para o estado de direito” do professor de engenharia de pesca da
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Ademir Gomes Ferraz.
Em seu livro ele afirma que atualmente qualquer opinião
contrária aos LGBTs é considerada homofobia, que a homossexualidade é uma
patologia (doença) e que existem atos criminosos contra heterossexuais a
famigerada “heterofobia”. Ademir também possuía post em redes sociais que
recebia várias denúncias de homofobia. Durante o lançamento de seu livro, dois
estudantes discutiram com o professor e queimaram um livro, Ademir disse que
deveria expulsar os estudantes já que pertencia a instituição e...
"De certa forma, embora não concordando com a
permanência deste aluno, homossexual heterófobo, entendo que a reitora hesite.
É preciso ter muita capacidade de ação, muita coragem para tal decisão se,
amanhã, possivelmente, a imprensa a vai chamar de reitora homofóbica. Esperaria
ver a seguinte manchete, inédita no país: 'Heterófobos agridem professor e
trabalhadores em lançamento de livro'. Evidente que isso não vai acontecer, é
até possível, por absurdo, que eu seja taxado, junto com o livro, de
homofóbico".
Ele também criou um blog que eu pesquisei e acabei
descobrindo que não existe mais, porém na internet encontrei notícias sobre o
caso que dizia que ele publicou no seu blog na época que os manifestantes
deveriam ser levados para tratamento em "clínicas da China à base de
choque elétrico e injeção de uma medicação da qual não se tem
conhecimento."
Cabe ressaltar que a UFRPE emitiu nota afirmando que "a
instituição repudia toda e qualquer manifestação de preconceito, discriminação
e desrespeito à diversidade e aos direitos humanos".
Na nossa legislação não existe leis que enquadram atos
reconhecidos como heterofóbicos. Até porque ninguém morre ou apanha por ser
heterossexual como acontece com os homossexuais, bissexuais...
A nossa sociedade é heteronormativa e eu já frisei muito
isso AQUI no blog. Quando uma criança nasce e lhe é atribuído seu sexo
biológico automaticamente ela é “educada” para desenvolver papéis e
comportamento de acordo com o tal. Se for um menino ele vai crescer escutando
que ele tem que ser “pegador” e se for menina ela deve se preservar e esperar
pelo seu príncipe encantado. A heteronormatividade é tão naturalizada nas
mídias que não se vê em novelas ou histórias com casais homoafetivos.
Como você pode ver não há repudio a heterossexualidade e
suas práticas já que é bem vista e tida como única e correta para muitas
pessoas. Você pode até conhecer algum heterossexual que sofreu discriminação
(aquele velho argumento de “mas eu conheço uma pessoa...”) mas são fatos
isolados comparados aos ataques que LGBTs sofrem diariamente onde há uma morte
a cada 25 horas.
E para quem argumenta que “a maior parte de mortos no país
são heterossexuais” saiba que isso é verídico até porque LGBTQ+ s são minoria e
se for calcular o número de mortos por dia é realmente maior parte heterossexuais,
entretanto nenhuma das mortes tem relação a orientação sexual como LGBTQ+.
E por fim, uma notícia boa para você heterossexual, você
pode sim sair na rua de mãos dadas, abraçar e beijar seu parceiro (a) sem ser
xingado, agredido ou assassinado, não vai ser fetiche ou tratado como fantasia
sexual, não vai ter sua vaga de emprego negada em uma entrevista com um chefe
super conservador, não irão te olhar torto na rua, não vai ser chamado de
doente, não vai ficar ouvindo o tempo todo que vai para o inferno e muito menos
perder amigos que os pais proibiram de relacionar com você por ser
heterossexual.
Magrofobia
Imagem: Dicas de moda
Infelizmente a sociedade gosta de padronizar tudo mesmo, até
mesmo o “tipo ideal de corpo”. Entretanto, o corpo julgado como ideal e
reforçado nas mídias é alcançado por uma parcela muito minúscula da população.
E quem ganha com tudo isso? O comércio, claro. E quem perde? A grande parte da
maioria das pessoas que não se encaixa nesse padrão e não se sentem muito
estimuladas a se amar e vivem insatisfeitas.
Uma coisa é certa você nunca vai atingir o padrão imposto
mesmo que gaste muito dinheiro e passe por inúmeros procedimentos, pois o que
vemos nessas propagandas não é real, além de muito Photoshop há uma venda de uma
“felicidade” que só pode ser alcançada com sua aceitação e amor próprio e não
como lhe é mostrado.
Você pode sim ter sofrido bullying porque foi/é magra até
porque as mulheres são educadas para competir e sempre aponta “defeitos” nas outras, mas nunca
se comparará com a aceitação de uma pessoa gorda na sociedade.
Não é uma competição de quem sofre mais ou ignorando o
sofrimento que uma magra já sofreu. Eu posso falar muito bem sobre isso,
durante minha adolescência inteira sofri bullying na escola por ser magra e
ainda sou, mas não sofro mais.
Tudo começa na puberdade (11-12 anos), quando minhas
coleguinhas começam a ganhar curvas e seios e eu nada, os ataques que sofria
eram coisas muito pesadas mesmo que não gosto nem de lembrar. Entretanto, eu
comecei a ver muitos vídeos e ler muito sobre o tema e aprendi muito. O fato é
que a objetificação e o machismo na nossa cultura impõem que sempre a mulher
deve ser “gostosa”, termo esse que exibe mais ainda essa sexualização e as mais
magras são vistas como “elegantes” e por isso adoradas no mundo da moda. Como
não era alta pra ser padrão modelo, nem com curvas sofri ainda mais com a
heterossexualidade compulsória onde queria ficar o padrão que chamava atenção
dos garotos.
Todavia, no estágio atual que estou agora não me importando
mais com isso, e consigo ver as dificuldades que as pessoas gordas sofrem
como não conseguir encontrar roupas ou quando encontram não são legais, serem
vistas como gulosas e preguiçosas, serem motivos de piadas, olharem torto quando
sentam ao lado no ônibus, ouvirem coisas como “é gorda mas tem o rosto
bonitinho”, desprezos em vagas de empregos, ou seja, uma infinita de coisas que
realmente pode interferir no seu cotidiano, ser chamada de magra não é visto
como xingamento, já de gorda é como se fosse uma ofensa enorme.
Racismo reverso
Imagem:
Medium
Em relação a esse termo eu não tenho muito que falar porque é lógico que isso
tá muito errado! Tenho uma professora na faculdade que uma fez disse que sofria
preconceito por chamarem ela de "branquela" quando criança, eu quando
ouvi isso não fiquei brava e quase soltei um riso de ironia, mas juro que deu
vontade de perguntar se já sofreu magrofobia e heterofobia também (ironia).
Acho que tenho muito o que
falar sobre preconceitos sofridos por NEGROS no nosso BR e por isso no dia da
consciência negra pretendo aprofundar mais nestas questões e trazer convidadas
do movimento negro e feminismo negro que saberão mais que eu, fique ligados
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